ESTADO DE SERGIPE
MUNICÍPIO DE DIVINA PASTORA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE DIVINA PASTORA
PLANO MUNICIPAL DE CONTINGÊNCIA CONTRA O VÍRUS
INFLUENZA A (H3N2)
Prefeita
Maria Clara Prado Ribeiro Rollemberg
Vice-prefeito
José Arodo dos Santos
Secretária Municipal da Saúde
Daiane Santos de Oliveira
Coordenação da Atenção Primária à Saúde
Gabriely Moura Gonzaga
Coordenação da Vigilância Epidemiológica em Saúde
Cristiane Aragao Gonçalves Silva
Coordenação da Vigilância Sanitária
Diogo de Melo Leite
SUMÁRIO
3. CARACTERÍSTICAS DA INFLUENZA.. 7
4.1 Coordenações da Vigilância em Saúde. 8
4.1.1 Responsabilidades e Competências. 8
5. MANEJO CLÍNICO E DE DIAGNÓSTICO.. 10
6.1 Tratamento para Paciente com Insuficiência Renal 17
6.2 Tratamento para Recém-nascidos. 17
7. MONITORAMENTO DO SURGIMENTO DE NOVOS CASOS. 19
8. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E MANEJO DO PACIENTE. 20
9. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO DA INFLUENZA E OUTRAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS. 21
11. MEDIDAS DE RESPOSTA AO SURTO DA INFLUENZA.. 24
11.4 Vigilância Sanitária nos Pontos de Entrada e Estabelecimentos. 25
APRESENTAÇÃO
O principal intuito desse plano é reforçar as ações da Secretaria Municipal de Saúde para minimizar a endemia de Influenza A (H2N3). O plano exposto tem como propósito centralizar as ações, recomendações, notas, responsabilidades e competências de toda a equipe que integra a secretaria municipal de saúde para diminuir os danos dessa endemia.
Os dias atuais demostra a necessidade que o sistema de saúde tem para a definição de estratégias de prevenção e controle da circulação do vírus Influenza A. Contudo se faz necessária a contribuição com recursos materiais e humanos para a execução do Plano. O conjunto de rápido atendimento, notificação e coleta do exame gera uma resposta mais precisa, esse é o objetivo maior.
O Plano Municipal de Contingência, também enfatiza a importância da participação e contribuição social, enfatizando o papel que necessitam desempenhar para minimizar a endemia dentro do município.
Daiane Santos Oliveira
Secretária Municipal de Saúde
1.INTRODUÇÃO
O município no dia 20/12/2021 identificou o aumento no atendimento das Síndromes Gripais na unidade sentinela localizada na Clínica Dr Marcelo Villas Boas, em todos os pacientes que procurou o atendimento foi realizada a coleta do swab nasal e testagem do RT-PCR seguido de notificação, o propósito foi investigar o possível agente etiológico causador do número crescente de atendimentos.
Em 23/12/2021, a Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) do Estado informou que 09 amostras enviadas para análise, saiu com resultado negativo para a Covid-19 e positivo para o vírus Influenza A (H3N2), sendo 06 homens e 3 mulheres na faixa etária entre 8 e 36 anos.
Contudo, a finalidade do plano é informar e direcionar os fluxos durante e depois da endemia de influenza, e assim organizar os serviços de saúde do município para prestar um cuidado mais ágil na prevenção, diagnóstico e tratamento das Síndromes Gripais.
2.OBJETIVOS
- Objetivo Principal
- Minimizar a endemia da influenza no município evitando o aumento da morbimortalidade.
2.2 Objetivos Específicos
- Otimizar os recursos materiais e humanos através de planejamento;
- Identificar os casos positivos para a Influenza A, evitando a disseminação do vírus;
- Ofertar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde evitando o colapso nos Serviços de Saúde.
3. CARACTERÍSTICAS DA INFLUENZA
O agente etiológico da gripe é o Myxovirus influenzae, também denominado vírus influenza. Os vírus influenza subdividem-se nos tipos A, B e C, sendo que apenas os do tipo A e B têm relevância clínica em humanos, ou seja os subtipos também podem infectar animais, inclusive o tipo A.
Os vírus influenza A apresentam maior mutabilidade e portanto são divididos em subtipos de acordo com as diferenças de suas glicoproteínas de superfície, denominadas hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Atualmente são conhecidas três hemaglutininas (H1, H2 e H3) e duas neuraminidases (N1 e N2) presentes nos vírus influenza do tipo A adaptados para infectar seres humanos.
As infecções pelos vírus influenza A dos subtipos H1N1, H2N2 e H3N2 e pelos vírus do tipo B normalmente causam um espectro similar de quadros clínicos. No entanto, por ter uma maior mutabilidade e capacidade de infecções graves o vírus Influenza A tem mais chances de causar internações e complicações fatais.
Os sintomas mais frequentes são caracterizados por: febre, calafrios, cefaleia, tosse seca, dor de garganta, congestão nasal ou coriza, mialgia, anorexia e fadiga. Característica da febre: normalmente varia entre 38 a 40oC com duração de 1 a 3 dias e pico nas primeiras 24 horas.
São observados outros sintomas como: náuseas, dores abdominais, diarreia e fotofobia. Em adultos e crianças saudáveis, a doença dura cerca de uma a duas semanas, e as consequências da mesma são geralmente moderadas. Por outro lado, o impacto em idosos ou indivíduos portadores de doenças crônicas pode ser mais grave, resultando muitas vezes no desenvolvimento de pneumonia viral e bacteriana e descompensação de agravos de saúde pré-existentes, com consequente necessidade de hospitalização.
4. GESTÃO DO SURTO
As responsabilidades da gestão estão voltadas para ações e estratégias implantadas no Plano Municipal, com a contribuição dos setores que compõem a Secretaria Municipal de Saúde. Existem dois momentos dentro de um surto:
- Fase de Contenção: Momento da identificação precoce, tratamento e isolamento dos casos.
- Fase de Mitigação: Monitoramento da situação epidemiológica e de priorização para aqueles casos agravantes com potencial de complicações.
Conforme o que foi delineado no Plano sobre estratégias, e execução segue logo abaixo os setores envolvidos:
4.1 Coordenações da Vigilância em Saúde
A vigilância em saúde é um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e disseminação de informações sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública, incluindo a regulação, intervenção e atuação em condicionantes e determinantes da saúde, para a proteção e promoção da saúde da população, prevenção e controle de riscos, agravos e doenças (BRASIL, 2020).
Portanto tem como objetivos em caso de endemias da influenza: Resguardar a população contra o vírus Influenza; Assegurar as ações de monitoramento dos casos positivos evitando a disseminação do vírus no município; Atuar na prevenção e como consequência diminuir a morbimortalidade.
4.1.1 Responsabilidades e Competências
- Prevenir, controlar e conter riscos, danos e agravo contra a endemia da Influenza;
- Garantir a oferta de exames em todos que apresentarem sintomas gripais;
- Conscientizar a população sobre a situação atual da endemia, sua transmissibilidade, e potenciais riscos para os doentes crônicos;
- Alimentar o sistema de informação para envio dos dados com precisão;
- Elaborar fluxo de atendimento e traçar a rede de apoio para a endemia da Influenza;
- Implementar políticas, diretrizes, e projetos estratégicos voltados a Influenza.
4.1.2 Ações
- Mapear a expansão do vírus dentro do município para melhoria da assistência;
- Elaborar Normas e Rotinas para organização do fluxo dentro da unidade;
- Identificar os casos positivos para Influenza e monitorar;
- Realizar notificação compulsória;
- Garantir a oferta do Oseltamivir (Tamiflu) para os idosos, e doentes crônicos;
- Garantir parceria com a Secretaria de Comunicação para divulgação sobre a doença, transmissão, sintomas, fluxos e gravidade;
- Atualizar os profissionais conforme notas técnicas emitidas pelo Ministério da Saúde e Estado.
5. MANEJO CLÍNICO E DE DIAGNÓSTICO
O sucesso do diagnóstico e tratamento depende inicialmente da forma correta de classificar o manejo clínico, diferenciar os casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG), segue quadro 1 abaixo.
Síndrome Gripal (SG) |
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) |
Febre de início súbito |
Saturação < 95% em ar ambiente |
Tosse |
Desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória avaliada conforme a idade |
Dor de garganta |
Piora da doença de base |
Cefaleia; Mialgia; Artralgia |
Hipotensão em relação à Pressão Arterial habitual do paciente |
Crianças menores de 2 anos |
Indivíduo de qualquer idade com insuficiência respiratória aguda, durante período sazonal |
Febre de início súbito |
Em crianças além de todos os itens citados acima observar os batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência |
Tosse; Coriza; Obstrução Nasal |
------------------------------ |
Fonte: Ministério da Saúde, 2017.
O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e radiológicas listadas a seguir:
- Alterações laboratoriais:
- Hemograma (leucocitose, leucopenia ou neutrofilia).
- Bioquímica do sangue (alterações enzimáticas; musculares – CPK – e hepáticas – TGO, TGP, bilirrubinas).
- Radiografia de tórax:
- Infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença de área de condensação.
5.1 Diagnóstico
Atualmente estamos vivendo um momento atípico em meio a uma pandemia de COVID-19 houve um aumento de casos de Influenza A H3N2, devido a isto é necessária a coleta do exame para o diagnostico da COVID-19 (RT-PCR ou teste antigênico para SARS-CoV-2) importante que seja em todos os pacientes com síndrome gripal. Em casos de SRAG somente as amostras negativas para a COVID-19 serão testadas para Influenza (BRASIL, 2022).
A secreção da nasofaringe é a amostra clínica preferencial para RT-PCR (Reverse Transcription Polymerase Chain Reaction) e o período para coleta é preferencialmente entre o 1º e o 8º dia após o início dos primeiros sintomas. O Teste Rápido de Antígeno para COVID-19 entre o 1ª e o 7ª dia após o início dos primeiros sintomas (BRASIL, 2017).
5.2 Condutas
As condutas para a síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estão discriminadas a seguir conforme Nota técnica nº 01/2022 do Estado de Sergipe, quadro 2 .
SÍNDROME GRIPAL (SG) |
SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) |
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Paciente sem fatores de risco ou sem sinais de piora do estado clínico |
Paciente com fatores de risco ou com sinais de piora do estado clínico |
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Encaminhar para coleta de exame (teste antigênico ou RT-PCR) para Covid-19. |
Encaminhar para coleta de exame (teste antigênico ou RT-PCR) para Covid-19. |
Acionar a central de regulação de urgências para avaliar a necessidade de internação conforme nota técnica conjunta – DAEU/DVS – SES 29 de dezembro de 2021. |
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Prescrever e ofertar medicamentos para alívio de sintomas; |
Prescrever e ofertar medicamentos para alívio de sintomas; |
Aferir os sinais vitais (pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura axilar), exame cardiorrespiratório e oximetria de pulso. |
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Orientar o aumento da ingesta hídrica; |
Orientar o aumento da ingesta hídrica; |
Iniciar terapêutica imediata de suporte, até a chegada da regulação, se possível: Avaliar antibioticoterapia (na suspeita de infecção bacteriana). Medicamentos sintomáticos; Oxigenoterapia sob o monitoramento; Hidratação venosa; |
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Orientar para tratamento domiciliar; |
Orientar para tratamento domiciliar; |
Manter monitoramento clínico. |
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Orientar para retorno a uma unidade de atenção primária ou referência municipal para atendimento de síndrome gripal em 48 horas e se houver sinais de piora do estado clínico ou com o aparecimento de sinais de gravidade; |
Orientar para retorno a uma unidade de atenção primária ou referência municipal para atendimento de síndrome gripal em 48 horas e se houver sinais de piora do estado clínico ou com o aparecimento de sinais de gravidade; |
Preencher ficha de notificação compulsória (até 24 horas). (SIVEP GRIPE). |
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Preencher ficha de notificação compulsória (até 24 horas). (eSUS NOTIFICA); |
Orientar tratamento com o antiviral fosfato de oseltamivir Tamiflu®; |
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Preencher ficha de notificação compulsória (até 24 horas). (eSUS NOTIFICA) |
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Fonte: BRASIL, 2022.
5.2.1 Fatores de Risco
Fatores de risco em casos de Influenza, segue a Nota técnica 001/2022 do Estado de Sergipe, quadro 3:
Fatores de risco para complicação em casos de Influenza |
Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal). Adultos ≥ 60 anos. Crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as menores de 6 meses com maior taxa de mortalidade). População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso. Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico (risco de síndrome de Reye).
Indivíduos que apresentem:
• Pneumopatias (incluindo asma). • Pacientes com tuberculose de todas as formas (há evidências de maior complicação e possibilidade de reativação). • Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica). • Nefropatias. • Hepatopatias. • Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme). • Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus). • Transtornos neurológicos e do desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico – AVE ou doenças neuromusculares). • Imunossupressão associada a medicamentos (corticoide ≥ 20 mg/dia por mais de duas semanas, quimioterápicos, inibidores de TNF-alfa) neoplasias, HIV/aids ou outros. • Obesidade (especialmente aqueles com índice de massa corporal – IMC ≥ 40 em adultos). |
5.2.2 Fluxograma
Segue fluxograma direcionando o fluxo do atendimento conforme diagnóstico laboratorial, figura 1:
Fonte: BRASIL, 2022.
6. TRATAMENTO
Os antivirais fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) e zanamivir (Relenza®) são medicamentos inibidores de neuraminidase, classe de drogas planejadas contra o vírus influenza. O tratamento com o antiviral, de maneira precoce, pode reduzir a duração dos sintomas e, principalmente, a redução da ocorrência de complicações da infecção pelo vírus influenza (BRASIL, 2017).
A prescrição do fosfato de oseltamivir deve ser considerada baseada em julgamento clínico dos fatores de risco e comorbidades, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início da doença, associado a medicamentos sintomáticos e da hidratação. Em pacientes com condições e fatores de risco para complicações e com SRAG, o antiviral ainda apresenta benefícios, mesmo se iniciado até cinco dias do início dos sintomas (BRASIL, 2022).
O medicamento está indicado para todos os casos de SRAG e para situações específicas em casos de síndrome gripal de acordo com o Protocolo de Tratamento da Influenza 2017 (https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_tratamento_influenz...) (Quadro 4).
DROGA |
FAIXA ETÁRIA |
POSOLOGIA |
|
Fosfato de Oseltamivir |
Adulto |
75 mg, 12/12h, 5 dias |
|
Criança maior de 1 ano |
≤ 15kg |
30 mg, 12/12h, 5 dias |
|
> 15 kga 23 kg |
45 mg, 12/12h, 5 dias |
||
> 23 kga 40 kg |
60 mg, 12/12h, 5 dias |
||
>40kg |
75 mg, 12/12h, 5 dias |
||
Criança menor de 1 ano |
0 a 8 meses |
3 mg/kg, 12/12h, 5 dias |
|
9 a 11 meses |
3,5 mg/kg, 12/12h, 5 dias |
Fonte: Brasil, 2022
Observação:
Em pacientes adultos com SRAG na indisponibilidade da apresentação de 75 mg, e disponibilidade apenas da apresentação de 45 mg, orienta-se a utilização de 2 comprimidos de 12/12 horas por 5 dias, desde que não haja insuficiência renal (BRASIL, 2022).
6.1 Tratamento para Paciente com Insuficiência Renal
A dose aos pacientes com insuficiência renal, deverá ser ajustada com base no clearence de creatinina, conforme quadro 5 abaixo:
COMPROMETIMENTO RENAL/ CLEARANCE DE CREATININA |
TRATAMENRO DE 5 DIAS |
PROFILAXIA DE 10 DIAS |
Leve Clearance > 60 – 90 ml/min |
75 mg 12/12h |
75 mg 1 vez ao dia |
Moderado Clearance > 30 – 60 ml/min |
30 mg 12/12h |
30 mg 1 vez ao dia |
Severo Clearance > 10 – 30 ml/min |
30 mg 1 vez ao dia |
30 mg em dias alternados |
Pacientes em hemodiálise Clearance ≤ 10 ml/min |
30 mg após cada sessão de hemodiálise. |
30 mg após cada sessão alternada de hemodiálise. |
Pacientes em hemodiálise peritoneal contínua ambulatorial- dPCa Clearance ≤ 10 ml/min |
Única dose de 30 mg administrada imediatamente após troca da diálise. |
30 mg 1 vez por semana imediatamente após troca da diálise. |
Fonte: BRASIL, 2017.
6.2 Tratamento para Recém-nascidos
- 1 mg/kg/dose 12/12 horas em prematuros.
- 1 mg/kg/dose 12/12 horas de 37 a < 38 semanas de idade gestacional.
- 1,5 mg/kg/dose 12/12 horas de 38 a 40 semanas de idade gestacional.
- 3 mg/kg/dose de 12/12 horas em RN com idade gestacional maior de 40 semanas. OBS.: Tratamento durante cinco dias.
Dose de oseltamivir para prematuros: A dose baseada no peso para os prematuros é menor do que para os recém-nascidos a termo devido ao menor clearance de osetalmivir ocasionada pela imaturidade renal. As doses foram recomendadas por dados limitados do National Institute of Allergy and Infections Diseases Collaborative , segue quadro 6 (BRASIL, 2017).
RECÉM-NASCIDOS |
|
Prematuros |
1 mg/kg/dose 12/12h, 5 dias |
37 a <38 semanas de idade gestacional |
1 mg/kg/dose 12/12h, 5 dias |
38 a 40 semanas de idade gestacional |
1,5 mg/kg/dose 12/12h, 5 dias |
Maior que 40 semanas de idade gestacional |
3 mg/kg/dose 12/12h, 5 dias |
Fonte: BRASIL, 2017.
7. MONITORAMENTO DO SURGIMENTO DE NOVOS CASOS
Os casos de síndrome gripal (SG) devem ser notificados pela plataforma do e-SUS Notifica. E síndrome respiratória aguda grave (SRAG) deverá ser notificada pelo SIVEP GRIPE. A solicitação e notificação deve ser realizada em todos os atendimentos de síndrome gripal.
Em casos de óbitos, além da notificação no SIVEP-Gripe, deve ser relatada para o e-mail notifica@saude.se.gov.br ou pelo telefone 0800-282 282 2, conforme nota técnica 001/2022 do Estado de Sergipe.
8. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E MANEJO DO PACIENTE
Fonte: BRASIL, 2017.
9. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO DA INFLUENZA E OUTRAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
As medidas de prevenção e controle de infecção devem ser implementadas pelos profissionais que atuam nos serviços de saúde para evitar ou reduzir ao máximo a transmissão de microrganismos durante qualquer assistência à saúde realizada, segue medidas abaixo:
- Frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento.
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir.
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
- Manter os ambientes bem ventilados.
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de influenza.
- Evitar sair de casa em período de transmissão da doença.
- Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados).
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
- Orientar o afastamento temporário (trabalho, escola etc.) até 24 horas após cessar a febre.
10. VACINA INFLUENZA
A estratégia de vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999, com o propósito de reduzir internações, complicações e óbitos na população-alvo. Em 2021, foi realizada a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. O foco da campanha é prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença, óbitos e suas consequências sobre os serviços de saúde, além de minimizar a carga da doença, reduzindo os sintomas que podem ser confundidos com os da covid-19 (BRASIL, 2021).
Esta ação envolve as três esferas gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), contando com recursos da União, das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e Secretarias Municipais de Saúde (SMS). Para o êxito da campanha de vacinação, conforme a disponibilidade da vacina, estima-se o funcionamento de aproximadamente 50 mil postos de vacinação (BRASIL, 2021). Segue abaixo os grupos prioritários contemplados na campanha da influenza:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias),
- Gestantes, puérperas,
- Povos indígenas,
- Trabalhadores da saúde,
- Idosos com 60 anos e mais,
- Professores das escolas públicas e privadas,
- Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais,
- Pessoas com deficiência permanente,
- Forças de segurança e salvamento,
- Forças armadas,
- Caminhoneiros,
- Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários,
- Funcionários do sistema prisional,
- Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
11. MEDIDAS DE RESPOSTA AO SURTO DA INFLUENZA
- Vigilância em Saúde
- Suporte Laboratorial
- Assistência
- Vigilância Sanitária
- Comunicação de risco
- Gestão
11.1 Vigilância em Saúde
- Revisar protocolos, notas técnicas atualizadas sobre a Influenza;
- Manter comunicação com a Secretaria de Estado da Saúde (SES);
- Reforçar com a equipe sentinela de atendimento das síndromes gripais a importância da notificação compulsória corretamente preenchida;
- Capacitar os profissionais a medida que novas atualizações forem surgindo;
- Enviar alertas epidemiológicos sobre possíveis surtos a nível municipal;
- Reforçar com as Equipes de Atenção Primária sobre o apoio em situações de emergência e superlotação da unidade sentinela;
- Sensibilizar os profissionais de saúde e a população sobre as medidas de prevenção contra a Influenza;
- Garantir interação com a Assessoria de Comunicação para divulgação de alertas epidemiológicos e demais informações;
- Articular com os profissionais que realizam os atendimentos das síndromes gripais a atenção redobrada para os casos com potencial risco para complicações e casos graves.
11.2 Suporte Laboratorial
- Solicitar os insumos para coleta do RT-PCR e novo teste rápido de antígeno a Secretaria de Estado da Saúde (SES);
- Realizar a coleta do swab enviar ao LACEN;
- Realizar coleta do teste rápido e da o resultado com 15 min;
- Armazenar as amostras do RT-PCR conforme protocolo até o momento do transporte;
- Monitorar os resultados das amostras e da o resultado com precisão;
- Aplicar os protocolos de diagnóstico para a infecção humana pelo novo coronavírus (Covid-19) e influenza A, de acordo com as recomendações do MS;
- Comunicar a vigilância epidemiológica os resultados laboratoriais para adoção de medidas de prevenção e controle.
11.3 Assistência à Saúde
- Estimular as unidades de saúde a criar procedimento operacional padrão (POP); normas e rotinas, e protocolos para o manejo da endemia de Influenza;
- Elaborar fluxos de atendimento para uma assistência mais ágil;
- Garantir uma escuta qualificada, para direcionamento correto do usuário com síndrome gripal;
- Realizar previsão e provisão dos insumos para que não falte e cause transtornos no atendimento;
- Capacitar a Rede de Saúde para receber eventuais casos de Influenza A H3N2;
- Manter o Centro de Enfrentamento a COVID-19 em funcionamento para atender os usuários com Sindrome Gripal;
- Monitorar os casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave.
11.4 Vigilância Sanitária nos Pontos de Entrada e Estabelecimentos
- Realizar rondas noturnas e aos finais de semana fiscalizando e reforçando as medidas de prevenção;
- Visitar os estabelecimentos do município levando atualizações com novos horários de funcionamento e medidas de prevenção;
- Apoio em barreiras sanitárias se for necessário;
11.5 Comunicação de Risco
- Divulgar as medidas de prevenção e controle sobre o vírus Influenza A (H3N2);
- Utilizar as redes sociais e carro de som para um alcance do maior de número de pessoas sobre a situação epidemiológica do município;
- Monitorar as redes sociais para impedimento das fake neaws a nível municipal;
- Divulgar informações para população em geral em relação às medidas de etiqueta respiratória e higienização das mãos para a Influeza;
- Divulgar o card com número de casos novos e óbitos por Influenza.
11.6 Gestão
- Estimular o trabalho em equipe para a articulação de ações integradas entre Vigilância Epidemiológica, Atenção Básica, Laboratório, Vigilância Sanitária e outros órgãos envolvidos na prevenção e controle da Influenza A H3N2;
- Garantir estoque em almoxarifado de medicamentos e exames de (RT-PCR e teste rápido de antígeno);
- Proporcionar apoio para os profissionais fortalecendo as ações de educação permanente voltada ao manejo clínico da Influenza A;
- Elaborar documentos para da subsídios aos gestores de como conduzir um cenário de surto da Influenza (Fluxogramas, Plano de Contingência, Notas técnicas).
REFERÊNCIAS
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. Orientações básicas para o manejo na atenção primária da síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave diante o aumento da circulação do vírus influenza a H3N2 fora da sazonalidade. Aracaju-SE, 05 de jan. 2022.
BRASIL. Protocolo de tratamento influenza. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças Transmissíveis. Cordenação-Geral das Doenças Transmissíveis. 1ª ed - Brasília, 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_tratamento_influenz...
BRASIL. Diretrizes Nacionais da Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Departamento de apoio a Gestão de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção Primária. 1ª ed, v.13 – Brasília, 2010. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_vigilanc....
JANEIRO/2022 |
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